ATRAVÉS DE VÍDEO CONFERÊNCIA PREFEITOS DISCUTEM ESTRATÉGIAS PARA ACOLHIMENTO DE PACIENTES COVID-19 NA ZONA SUL E MEDIDAS ACERCA DA ESTIAGEM
Prefeitos da Associação dos Municípios da
Zona Sul (Azonasul) querem que a pesquisa Centro de Epidemiologia da Universidade
Federal de Pelotas (UFPel) projete o número de leitos necessários na região
para o enfrentamento à Covid-19. A reunião, realizada em ambiente virtual na
manhã desta segunda-feira (27), contou com a participação de 16 chefes do
Executivo debatendo estratégias para
contornar duas crises que assolam a zona sul: a pandemia e a estiagem
prolongada.
Segundo o presidente da Azonasul, Luis
Henrique Pereira da Silva, prefeito de Arroio Grande, a ideia é buscar uma
adequação de leitos dentro dos municípios da região para acolher pacientes,
evitando o colapso nas unidades de saúde instaladas nas cidades de referencia:
Pelotas e Rio Grande. “ Precisamos de mais atenção do governo estadual para a
melhoria dos hospitais, aumentando o número de
leitos de UTI’s e em investimentos de respiradores e equipamentos de
proteção individual (EPI’s)”, disse.
O presidente também lembrou que a região
sul do País precisa ser priorizada dentro do Ministério da Saúde (MS) no que
diz respeito às doses de vacinas da gripe (H1N1) e recursos para combater a
crise, tendo em vista a chegada do inverno e a inevitável incidência de
síndromes gripais na região. Ele anunciou uma nova reunião com a participação
de deputados da zona sul; gestores de saúde e 3ª Coordenadoria Regional de
Saúde para detalhar números de leitos
e buscar suporte político às
reivindicações das prefeituras.
O prefeito de Rio Grande, Alexandre
Lindenmeyer, fez críticas aos repasses do MS e ao número de respiradores recebidos
até o momento no País: “de 14mil encomendados, tenho a notícia de que o Brasil
recebeu apenas 276 respiradores.” Segundo o prefeito, seu município recebeu
pouco mais de R$ 900mil para a gestão de contingenciamento da Covid-19. “
Estamos bancando o combate à pandemia com recursos próprios. Ainda não
conseguimos o credenciamento de leitos e temo pelo crescimento exponencial de
casos”, disse.
A situação de Pelotas após o decreto de
flexibilização e adoção de novas regras para o distanciamento social também
pautou a reunião da Azonasul. A prefeita
Paula Mascarenhas destacou a necessidade de evitar o crescimento súbito da
curva de contágio para que o sistema de saúde consiga atender a demanda.
Segundo a prefeita, Pelotas tem, hoje, 58 leitos de enfermaria e 31 leitos de
UTI para tratar pacientes com suspeita ou confirmação de coronavírus.
Precisamos de tempo a fim de garantir o número mínimo de vagas indicado
no estudo da UFPel e uma forte articulação para o cadastramento
dos leitos no sistema, o que garante o repasse de recursos federais”, destacou.
Conforme a chefe do Executivo pelotense, o
município aguarda o envio de 20
respiradores e tem como perspectiva para os próximos 30 dias a estruturação de
88 leitos de UTIs exclusivos para o tratamento da Covid-19. Ela também admitiu
estar cogitando o aluguel de unidades, realizado através de uma empresa
terceirizada ao custo de R$ 24mil mensais. Porém, a estratégia somente será
eficaz se essas unidades também entrarem no cadastro nacional.
ESTIAGEM
– As perspectivas para a mitigação dos efeitos da falta de chuva também
estão deixando os gestores municipais da região preocupados. O número de caixas
de água e cestas básicas prometidas pela Defesa Civil foi insuficiente para
atender as necessidades apresentadas pelas prefeituras. “Eu não tenho mais como
suportar o abastecimento de água em caminhões da prefeitura. Não tenho mais
recursos para cobrir esta despesa”, relatou o prefeito de Capão do Leão, Mauro
Nolasco. A Azonasul vem acompanhando as tramitações de processos e
reconhecimentos de situações de emergência diariamente. O grupo deverá levar as
reivindicações a Brasília de onde buscarão auxílio para atender, em primeiro
estágio, àquelas famílias que não têm mais água para o próprio consumo.